domingo, 2 de março de 2008

6. OBARÁ MEJI - a riqueza e o brilhoRegente: Xangô com influências de Exu, Iansã, Oxossi. Oçanhe e Logunedê
Elemento: Fogo
Pessoas com esse ODU têm grande proteção espiritual e costumam vencer pela força de vontade, especialmente em profissões relacionadas à Justiça. Mas são com freqüência vítimas de calúnias e não têm sorte no amor. Devem aprender a silenciar sobre seus projetos e a determinar por onde começá-los. Seu ponto vulnerável é o sistema linfático.
Por Alexandre .
Dizem que no principio do mundo, 15 dos 16 odus seguiram todos à casa do oluô, afim de procurar os meios que os fizessem mudar de sorte, mas nenhum deles fez o que foi determinado pelo oluô. Obará um dos dezesseis odus existentes,não se encontrava no grupo na ocasião em que os demais foram consultar o oluô. Sendo ele, porém, sabedor do ocorrido, apressou-se em fazer o que o oluô determinara. E que os demais odús não fizeram por simples capricho da sorte. Obará com afinco fez o máximo que pode para conseguir seu desejo, dada a sua condição precária (de pobreza). Como era de costume, os 15 odús de cinco em cinco dias iam à casa de olofim, e nunca convidavam obará , por ser ele muito pobre, tanto que olhavam para ele sempre com menosprezo. Pois, então, foram a casa de olofim, jogaram e até altas horas do dia não acertaram o que queriam que olofim adivinhasse e, com isso, acabou que todos eles se retiraram sem ter sido satisfeita sua curiosidade. Olofim, com desprezo, ofereceu uma abóbora a cada um deles, e eles, para não serem indelicados levaram consigo as abóboras ofertadas.
No caminho, porém, alguém se lembrou apontando para a casa de obará, de fazer ali uma parada, embora alguns fossem contra, dizendo que não adiantaria dar semelhante honra a obará, pois ele era um homem simples que nunca influía em nada.
Mas um deles, mais liberal, atreveu-se a cumprimentar obara-meji com estas palavras:
– obará, bom dia ! Como vais de saúde? Será que hás de comer com estes companheiros de viajem?
Imediatamente respondeu ele que entrassem e se servissem da comida que quisessem. Dito isso, foram entrando todos, eles que já vinham com muita fome, pois estavam desde a manhã sem comer nada na casa de olofim.
A dona da casa foi ao mercado comprar carne para reforçar a comida que tinha em casa e, em poucas horas, todos almoçaram à vontade. Depois, obará convidou todos para que se deitassem para uma madorna, pois estavam todos cansados e o sol estava ardente. Mais tarde, eles se despediram do colega e lhe disseram:
-fica com estas abóboras para ti —e lá se foram satisfeitos com a gentileza e a delicadeza do colega pobre e, até então, sem valia.
Mais tarde, quando obará procurou por comida, sua mulher o censurou por sua fraqueza e liberalidade, dizendo que ele tinha querido mostrar ter o que não tinha, agradando a eles que nunca olharam para ele, e nunca ligaram nem deram importância ao colega.
Porém as palavras de obará eram simples e decisivas.
-eu não faço mais do que ser delicado aos meus pares, estou cumprindo ordens e sei que fazendo estes obséquios, virá à nossa casa prosperidade instantânea.
Finda explicação, obará pegou uma faca e cortou uma abóbora, surpreendendo-se com a quantidade de ouro e pedras preciosas que haviam dentro dela. Surpreso, e com muita felicidade, viu que em uma abóbora havia lhe dado o título de odú mais rico, porém logo percebeu que haviam mais outras 14 abóboras a serem abertas e em cada uma delas haviam outras riquezas em igual quantidade.
Obará comprou tudo que precisava, palácio e até cavalos de várias cores.
Daí que estava marcado o dia para todos os odús irem novamente à conferencia no palácio de olófim, como era de costume, já muito cedo, achavam-se todos no palácio, cada um no seu posto junto a olofim.
Quando obará veio vindo de sua casa com uma multidão que o acompanhava, até mesmo os músicos de uma enorme charanga. Enfim, todos numa alegria sem par. De vez em quando, obará mudava de um cavalo para outro em sinal à nobreza.
Os invejosos começaram a tremer e esbravejar, chamando a atenção de olofim que indagou o que era aquilo. Foi então que lhe informaram que era obará. Então perguntou olofim aos demais odús o que tinham feito com as abóboras que presenteara a eles. Responderam todos que haviam jogado no quintal de obará. Disse então olofim que a sorte estava destinada a ser do rico e próspero obará. O mais rico de todos os odús.

7. ODI MEJI - o rancor e a violênciaRegente: Obaluaê com influências de Exu, Oxalufam e Oxumarê
Elemento: Terra
Pessoas com esse ODU são ambiciosas e costumam ser bem sucedidas na sua profissão, mas a indecisão as leva a não concluir muitos dos seus projetos. Quando a fé as impulsiona, porém, ultrapassam todas as barreiras. Sonham com o poder e adoram se divertir, às vezes, provocam enormes confusões. Não têm sorte no amor. Seus pontos vulneráveis são os rins, a coluna e as pernas.
Por Alexandre .
Conta-se a história de um homem que era escravo e um dia se viu abraçado em um eminente perigo. Este homem foi amarrado por dele terem dito que cometera um crime. Segundo as leis daquela terra, botaram o homem num caixão grande todo pregado e deitaram a caixa rio abaixo. Por uma dessas coincidências que sempre acontecem no destino* das criaturas, a correnteza lançou o caixão na praia duma cidade cujo o rei estava morto e enterrado, e onde os súditos ainda estavam guardando luto.
Acontece que ali haviam muitos príncipes com direito a sucessão imediata, mas sobre todos pesava alguma grave acusação, de forma que não se sabia como haviam de decidir o complicadíssimo problema da sucessão do rei morto, como nunca jamais acontecera na história do dito povo. Depois de muito cogitar do assunto, foi decidido que marcassem um prazo para surgisse uma pessoa estranha àquela nação que assumiria o governo e seria o rei daquela terra daí em diante.
Dito e feito, esse homem, que tinha antes do cativeiro feito uma oferenda que o babalaô determinara, veio ele se esbarrar, dentro do caixão, na praia de ibim, onde o acolheram e imediatamente o elegeram rei daquele povo. Assim ficou ele sendo o venturoso rei de uma nação . Onde só o destino (odú) poderia dar tamanha sorte.

8. EJONILÊ MEJI - a impaciência e a agitaçãoRegente: Oxaguiã com influências de Xangô, Oxum e Oxossi
Elemento: Ar
Pessoas com esse ODU são dedicadas e honestas e levam uma vida quase sem sofrimentos. Mas estão sujeitas a acidentes graves. Amam com intensidade e têm amizades sinceras. Quando são repudiadas ou sofrem uma traição, podem se tornar vingativas. Devem evitar o consumo de álcool e de carne vermelha e se vestir de branco nas sextas-feiras. Seu ponto vulnerável é o sistema nervoso central.
Por Alexandre .
Naquele tempo, mandaram todas as árvores fazerem oferendas a olorum (deus) mas nenhuma deu importância ao conselho. Somente a cajazeira fez a oferenda. Daí por diante, todas as árvores morreram sem delongas quando estavam deitadas, exceto a cajazeira, que mesmo deitada, caída ao chão, sempre grela e renasce.

9. OSSÁ MEJI - a desconcentraçãoRegente: Iemanjá com influências de Xangô, Oçanhe, Oxossi e Iansã
Elemento: Água
Pessoas com esse ODU são líderes natas, mas seu autoritarismo lhes cria sérios problemas, inclusive conjugais. O instinto protetor e a religiosidade também as caracterizam. Seus pontos vulneráveis são os conflitos psicológicos e, no caso das mulheres, os problemas ginecológicos.
Por Alexandre .
Conta-se que no princípio mandaram orumilá fazer uma oferenda citada, porém, ele não o fez. Orixalá, sim, fez tudo conforme havia sido determinado. Num certo dia, veio muita gente que fugia apavorada, mas o chefe e maioral do lugar, como deveria ser, recebeu todos e os salvou das perseguições e eles, em gratidão, entregaram-lhe tudo de valor que cada um trazia consigo, assim orixalá ficou muito próspero no devido tempo. Ou quando chegara sua vez de ter tal fortuna.

10. OFUN MEJI - os problemas de saúdeRegente: Oxalufam com influências de Xangô e Oxum
Elemento: Ar
Pessoas com esse ODU são inteligentes, fiéis e honestas, capazes de dedicar atenção total ao seu amor. Têm amigos sinceros e elevada espiritualidade. Em contrapartida, mostram-se muito teimosas e tendem a sofrer perseguições e desilusões amorosas. Seus pontos vulneráveis são o estomago e a pressão arterial.
Por Alexandre .
Um dia foi marcado uma reunião entre todos os orixás, cada um tratou de realizar as oferendas especificas afim que tudo transcorresse muito bem, orixalá tratou logo de preparar a sua. Findando a feitura da oferenda, entregaram a orixalá panos brancos para ele fazer um vestuário e penas de papagaio da costa para ele colocar em sua cabeça. Assim feito tudo, chegou o dia da grande reunião em que todos os orixás se apresentaram.
Orixalá apareceu de uma forma tão maravilhosa em suas vestes novas, como se fosse iluminado pelos raios do sol. Assim, todos foram se curvando diante de tamanho brilho da aurora nascente, juraram fidelidade e lhe deram tudo o que possuíam, com a palavra de o adorarem para sempre…

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